segunda-feira, 23 de abril de 2007

Organizações e movimentos sociais da região amazônica lançam candidatura para sediar o próximo evento global do FSM, em janeiro de 2009. A escolha deverá acontecer no início de junho deste ano, em reunião do Conselho Internacional do FSM, em Berlim (Alemanha).
O documento intitulado Candidatura da Região Amazônica para sede do Fórum Social Mundial 2009 dirigido ao Comitê Organizador Brasileiro e ao Conselho Internacional do FSM começou a circular na última sexta-feira (20), para adesões de entidades de outras regiões e possíveis ajustes no próprio texto. A cidade sugerida como sede física do encontro é Belém, e as organizações proponentes esperam que não seja considerada uma candidatura apenas brasileira.
Reunindo nove países, a região amazônica já ocupa um lugar simbólico como centro dos debates mundiais sobre as conseqüências do aquecimento global, por sua vez resultantes do uso insustentável dos recursos do planeta. Os riscos de destruição da floresta ''com as maiores reservas de biodiversidade e água doce, além de abrigar enorme sociodiversidade, representada nas suas populações tradicionais e povos indígenas'' mostram que outro mundo é possível e urgente.
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sexta-feira, 13 de abril de 2007

FRATERNIDADE E AMAZÔNIA
D. Mosé João Pontelo“Ou mudamos nossa maneira de pensar e de fazer ou vamos todos morrer!”.
A Amazônia, depois de Jesus Cristo e Coca-cola, é o tema mais falado no mundo. Qual é a importância tamanha de nossa região?Num passado mais remoto, pensaram que aqui seria o tal Eldorado; depois veio o látex para produzir a borracha para a guerra, enquanto não roubaram as sementes da seringueira; os satélites americanos descobriram um monte de riquezas minerais que existem no nosso sub-solo; depois as madeiras nobres, o gás, o pescado, os peixes ornamentais, os quelônios; até barragens e hidrelétricas; criação de gado em larga escala e a soja para a exportação.
Algumas frutas regionais já são conhecidas até fora do Brasil, como a castanha, o açaí e o cupuaçu. Mas também vieram as grilagens de terras (MST do colarinho branco?), o corte ilegal de madeira, as queimadas que estão acabando com a fauna, a flora, igarapés e rios, e ainda poluem o ar, prejudicam a saúde e os vôos; tem também a pesca e a caça predatórias. Sem contar o lixo que se joga nos rios e em qualquer lugar.
Hoje se fala em desenvolvimento sustentável, manejo florestal, turismo ecológico, biodiversidade, reservas extrativistas e indígenas, recursos hídricos: água, doce, potável, mineral, água vida! Interessante é que atrás (ou adiante?) de quase tudo aparece um sinalzinho chamado cifra: R$ ...
O interesse econômico, a chamada economia global, é quem sempre fala mais alto, a busca da riqueza, a ambição e cobiça (você vê Big- Brother?). O egoísmo de um grande número de pessoas é o que costuma ditar as normas do famigerado mercado, o deus dos tempos pós-modernos.
O consumismo “compulsivo” criado por um tal de marketing (até já tem marketing católico) leva as pessoas a trocarem um moderado e justo conforto por coisas que enchem os olhos, que brilham e seduzem. Até se passa a comer mal, por causa dessas coisas, por exemplo, a maquininha chamada celular. Será porque é que foi proibido nas escolas na Itália?Você sabia que na Amazônia se queima algo em torno de 110 mil toneladas de lenhas por ano?
Agora, como se não bastassem todas essas investidas devoradoras contra a natureza, vem uma preocupação a mais: há um plano de prospecção de petróleo e gás no Acre. A imprensa tem apresentado artigos muito elogiosos a esta iniciativa. Será a redenção do Acre, vai correr dinheiro como água, virão os tais royalties. De novo o econômico na frente! A diocese será palco de parte desta pesquisa, na região do Parque Nacional da Serra do Divisor, pelo menos. Até pararam de falar em turismo ecológico por ali. Seja turismo ecológico, seja prospecção, haverá benefícios (para quem e para quantos?) e efeitos negativos (estes mais para quem mora na região afetada).
Vale mais a vida das pessoas ou o combustível fóssil, poluidor do meio ambiente, destruidor da camada de ozônio? Será que vamos entrar na contramão, quando o país está fazendo convênios para energia limpa, etanol, óleos vegetais não poluidores usados como lubrificantes?Como bispo diocesano que esteve reunido com agentes das pastorais, quero advertir sobre o problema e pedir que se esclareça à opinião pública a respeito do que é prospecção; que se leve em consideração os conhecimentos de quem não é economista direto: ambientalistas, gente da área da economia solidária (melhor distribuição de lucros), as ONGs que lidam com as populações tradicionais etc., e os próprios moradores dos locais que serão afetados, acreanos, muitos deles guardiões de nossas fronteiras.
Que sejam estudados os impactos ambientais, que se estudem as conseqüências danosas às pessoas e meio ambiente. Por exemplo: Urucu, no Amazonas e Macaé, no Rio de Janeiro: poluição das águas, inchaço de cidades com aumento de prostituição e criminalidade, a miséria que costuma sobrar para aqueles que fazem o “serviço sujo” de desbravadores, os quais costumam “dançar” quando vêem os royalties, o crescimento do PIB, as divisas...
Produzir é preciso, o progresso é necessário, mas hoje existem alternativas que são éticas, que valorizam mais a vida das pessoas, que, aliás, estão conectadas com a vida vegetal e animal; se não se fizer o que é ético hoje, se a natureza for para o abismo, o ser humano, eu e você, ou seus netos e bisnetos, vão pagar muito caro amanhã.Lembremos da frase: “Deus perdoa sempre, o homem, às vezes; a natureza nunca”. Quem vai sobrar para contar a história?
D. Mosé João Pontelo é bispo diocesano de Cruzeiro do Sul (AC).

terça-feira, 10 de abril de 2007

Será realizada na próxima sexta-feira (13), na Igreja de Santo Alexandre, a Conferência 'História da Escravidão na Amazônia: fontes do Arquivo Público do Estado do Pará', promovida pelo Arquivo Público do Estado do Pará em conjunto com o programa de Pós-graduação em História Social da Amazônia da UFPA (Universidade Federal do Pará).
O evento terá como conferencistas dois dos maiores estudiosos da escravidão africana na Amazônia, Vicente Salles e Anaíza Vergolino-Henry. O objetivo da conferência é trazer à população um debate sobre a história da escravidão no Estado do Pará.
Na programação serão debatidos os temas: 'Os anais do Arquivo Público como fonte para História da Escravidão na Amazônia', que será exposto pelo professor Vicente Salles e, 'Os manuscritos do Arquivo Público como fonte para História da Escravidão na Amazônia', que terá como conferencista a profa. Anaíza Vergolino-Henry.
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sexta-feira, 6 de abril de 2007

Arcebispo de Manaus comenta sobre Campanha da Fraternidade 2007
D. Luiz Soares Vieira, Arcebispo de Manaus, nasceu no dia 02 de maio de1937, no município de Conchas, no interior de São Paulo. Antes de ser nomeado Bispo de Manaus, atuou como Bispo de Macapá. Personalidade atuante e preocupada com os problemas sociais da Amazônia, no dia 05 de abril, o Arcebispo concedeu ao Portal Amazônia a seguinte entrevista. Leia mais.

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Amazônia entre 10 maravilhas ameaçadas pelo aquecimento global
Um dia antes de o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em Inglês) divulgar seu relatório sobre os impactos provocados pelo aquecimento global, no dia 6 de abril, a rede WWF lançou documento sobre 10 maravilhas da natureza ameaçadas pela elevação da temperatura, dentre elas a Amazônia.
O relatório, em inglês, afirma que projeções mostram que a temperatura na região sofrerá um aumento de 2°C a 3º C até 2050, como decorrência da intensificação do efeito estufa. Menciona ainda estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), divulgado em fevereiro deste ano, segundo o qual a elevação seria da ordem de 5°C a 8°C e poderia transformar cerca de 30% a 60% da floresta em savana.
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IPCC discute impacto da mudança climática na Floresta Amazônica
A segunda parte do relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês), que será lançada nesta sexta-feira em Bruxelas, fará referência a novos modelos de previsão de clima que indicam, no pior dos cenários, o desaparecimento de grande parte da Floresta Amazônica até 2080 devido ao aquecimento global. O IPCC é uma entidade que reúne os principais especialistas do mundo para discutir as mudanças climáticas no planeta.
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Sabores da Amazônia na Páscoa
Presentear as pessoas com ovos decorados, sempre foi uma tradição cristã para celebrar a ressurreição de Cristo, a Páscoa. Com o passar dos anos, o costume foi ganhando novas formas e sabores. Os ovos de verdade, que na antigüidade simbolizavam a vida, o nascimento, foram substituídos pelo chocolate. Atualmente essas delícias recebem os mais variados recheios.
Chocolates da Amazônia.

Na Amazônia os ovos ganham os sabores das frutas regionais, além de se destacarem pela beleza das embalagens. Para destacar a Amazônia, as empresas abusam de elementos regionais na confecção de caixas e recipientes que envolvem os chocolates. Muitas embalagens são produzidas por comunidades indígenas da Amazônia, que usam elementos como palha do buriti e cuia de tacacá. Embalagens mais sofisticadas ganham cestas e estojos confeccionados com bambu, cipó e arranjos feitos com sementes amazônicas. Leia mais.
Aqui está a grande riqueza da Amazônia, na sua biodiversidade. Apesar de ainda estarmos engatinhando, esse tipo de negócios só tem crescido. Quando passarmos de fato a investir, exportar, do amadorismo para o profissinalismo, aí sim, estaremos sabendo explorar nossas riquezas para dela desfrutarmos, sem desruir.

quarta-feira, 4 de abril de 2007

56% de aldeia do Amazonas é detectada com vírus da hepatite B
Testes sorológicos realizados pela Funasa em indígenas do Vale do Javari, no Amazonas, detectaram que 56% dos 309 habitantes de uma aldeia da região foram infectados com o vírus da hepatite B. Segundo o órgão, a principal explicação para o índice elevado é a proximidade do local com áreas urbanas, o que favorece a propagação de doenças sexualmente transmissíveis entre os índios. Os testes fazem parte do SOS Javari, programa voltado para a área da saúde, que realiza desde campanhas de esclarecimentos, até exames e tratamento. Lançado em outubro, o projeto pretende, gradativamente, realizar o diagnóstico nos outros 3.700 índios que habitam a região.
Índios de Manaus cobram mais Educação e Saúde

O IBGE diz que existem em Manaus 9,8 mil índios. A Upim fala que são 19 mil, de 21 etnias diferentes. Hoje, eles prometeram realizar uma passeata.

Educação e saúde diferenciadas. Essas são as principais reivindicações da União dos Povos Indígenas de Manaus (Upim), uma entidade que representa 21 etnias de índios que migraram de suas áreas originais, no interior do Amazonas, em busca de melhores condições de vida na capital.
Ontem, a organização se reuniu com outras entidades do gênero e autoridades governamentais durante a primeira assembléia da Upim, e hoje, os indígenas prometem uma passeata com o sugestivo tema "Manaus, mostra tua cara indígena". De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem cerca de 9,8 mil índios morando em Manaus atualmente. Entretanto, a Upim e a Pastoral Indígena, entidade ligada à Arquidiocese de Manaus, estimam que haja cerca de 19 mil índios vivendo na capital. A maioria deixa suas aldeias em direção a Manaus em busca de melhores condições de vida, justamente, o que reivindicam agora. As reclamações em relação à Saúde e Educação dos indígenas que escolheram Manaus para viver não são novas, mas, paradoxalmente, continuam atuais. Desde 1988, quando o movimento em defesa dos direitos dos índios começou a se fortalecer no Amazonas, até hoje, nenhuma escola indígena foi construída em Manaus. "Nós precisamos de escolas bilíngües para podermos manter viva a nossa cultura. Sem nossa língua, nossa cultura se enfraquece", diz o coordenador do Centro Cultura Tikuna, Domingos Ricardo Florentino, 38.
A coordenadora de gestão educacional da Secretaria Municipal de Saúde (Semed), Lúcia Maia, diz que 12 professores bilíngües indicados pelas comunidades indígenas da zona urbana e rural de Manaus serão contratados nos próximos 15 dias. Eles irão atuar nas 12 comunidades indígenas detectadas em Manaus.

terça-feira, 3 de abril de 2007

Campanha da Fraternidade arrecada recursos para projetos sociais da Amazônia
Fonte: Radiobrás: http://www.radiobras.gov.br
Projetos sociais da região amazônica serão atendidos com recursos arrecadados durante a Coleta da Solidariedade, que se realizou ontem (1º) nas paróquias de todo o país. A iniciativa faz parte da Campanha da Fraternidade, organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Este ano, o tema da campanha é Fraternidade e Amazônia, com o objetivo de sensibilizar as pessoas para a preservação e o uso sustentável das florestas, além de incentivar o respeito pelas populações que moram na região.
Os projetos que receberão os recursos são voltados para populações locais como ribeirinhos, povos indígenas, migrantes, quilombolas, camponeses e pescadores, de acordo com nota da Cáritas Brasileira, instituição ligada à CNBB.
Do total arrecadado, 40% serão destinados ao Fundo Nacional de Solidariedade (FNS), mantido pela CNBB. O restante fica nas dioceses, formando o Fundo Diocesano de Solidariedade (FDS), para o atendimento a projetos locais.
No ano passado, a coleta arrecadou cerca de R$ 8,3 milhões, dos quais R$ 3,3 milhões foram destinados ao FNS, para financiar projetos voltados a pessoas com deficiência.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Amazônia está mesmo à venda
Em um vídeo de 1'25", postado em seu site, a empresa norte-americana Arkhos Biotech está convocando as pessoas do mundo inteiro a investir "para transformar a floresta (Amazônia) num santuário de preservação sob controle privado. O apelo, em tom dramático, é feito pelo diretor sênior de marketing da empresa Allen Perrell, para justificar que a Amazônia precisa ser cuidada por grupos internacionais. "A Amazônia não pertence a nenhum país. Pertence ao mundo", afirma Perrel. Segundo ele, a proteção privada da Amazônia deve ocorrer porque "os países (no caso o Brasil) que deveriam tomar conta dessas riquezas não estão à altura da tarefa". Perrel vai mais longe: "ajudar-nos a comprar a Amazônia não é apenas uma ótima oportunidade de investimento. Pode ser a única maneira de salvar a floresta da extinção total".
Em sua página a Arkhos Biotech divulga, em texto, áudio e vídeo sua missão: A Amazônia deve ser internacionalizada. A empresa tem laboratório em Itacoatiara (AM), no coração da Amazônia, explora essências e óleos vegetais amazônicos, tradicionalmente conhecidos das comunidades ribeirinha, a exemplo do óleo de andiroba (Carapa Guianensis), usado como repelente natural de insetos e com ação anti-inflamatória; óleo de castanha-do-Pará (Bertholletia Excelsa), hidratante, óleo de Buriti (Maurita Flexuosa L.f.), rico em carotenóides e pró-vitamina A ; óleo de copaíba (Copaifera Officinalis) que tem ação anti-inflamatória e óleo de açaí (Euterpe Oleracea Mart) que tem ação calmante e de hidratação.
Ela se apresenta como uma das maiores fabricantes do mundo de ativos vegetais para a indústria cosmética e farmacêutica, atuando no mercado desde 1965 exportando para mais de 20 países. Também, segundo ela, é líder mundial na distribuição de sistemas concentrados 100% naturais, contendo ativos retirados de óleos de frutos tropicais. Em troca, a Arkhos Biotech promete "fabricar produtos que reduzem custos de processos produtivos, barateando-os e gerando renda para as comunidades ribeirinhas".
Grilagem toma 20% das terras do Pará, diz Fetagri
O combate à grilagem de terras no Estado do Pará foi o principal ponto da pauta de negociações que a Fetagri-PA (Federação dos Trabalhadores na Agricultura) apresentou à governadora Ana Júlia Carepa, em audiência no Palácio dos Despachos, na semana passada. A preocupação da entidade prende-se ao volume assustador de hectares de terras consideradas em situação irregular, ou seja, definidas como terras griladas no Estado: mais de 24 milhões e 76 mil hectares, o que corresponde a cerca de 20% do território paraense. Dados do Ministério da Reforma Agrária, apontam que existem no Pará 30 milhões de hectares de terras griladas.
O combate à grilagem implica maior celeridade do TJE (Tribunal de Justiça do Estado) em julgar as ações de cancelamento ajuizadas pelo Interpa (Instituto de Terras do Pará) e maior estruturação do órgão estadual para instrumentalizar o processo. Só do período de 1993 a 1999, há 44 processos ajuizados pelo Iterpa no TJE a espera de decisão. Desses, somente três foram julgados com sentença favorável e outros seis tiveram liminar favorável. Os outros aguardam julgamento.
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