quarta-feira, 14 de março de 2007

Desafios sociais da Amazônia
Algumas informações são necessárias para conhecer a realidade social da realidade Amazônica:

- Um grande número do famílias vivem com até meio salário mínimo. Esta situação atinge, por exemplo, uma família em cada três no Tocantins.
- Mais de 13% da população ainda não é alfabetizada.
- A maioria das comunidades do interior não têm acesso a todas as séries do ensino básico.
- A falta quase total do ensino médio ainda é motivo para que muitos jovens deixem o campo. E, quase sempre, quando existe, não é um ensino contextualizado que tenha a Amazônia como sua referência.
- A oferta de leitos nos hospitais do SUS na região amazônica é a pior do Brasil. No estado do Amazonas só há 1,6 leitos por mil habitantes.
- Se levarmos em conta só o interior, esta realidade é ainda mais dura. Em muitas comunidades é praticamente impossível acessar o serviço médico, obrigando a população necessitada a longas e perigosas viagens.
- A região amazônica está incluída entre as áreas onde os casos de AIDS têm crescido assustadoramente. É alarmante, também, o crescimento dos casos de hanseníase, de malária, de febre amarela e a alta mortalidade infantil.
- 14% da população não tem moradia.
- Até 2003, mais de um milhão de domicílios, na área rural, não tinham acesso à eletricidade.
- As mulheres da região amazônica são atingidas de maneira especial por esta situação. Mesmo alcançando níveis de educação crescentemente superiores aos dos homens - desde a alfabetização até o nível superior – essas mulheres continuam vivenciando uma situação desfavorável no mercado de trabalho. É mais difícil para elas conseguir empregos mais qualificados e recebem salário inferior ao dos homens e inferior ao salário médio das demais mulheres do Brasil.
- As crianças de até 7 anos de idade constituem 20% da população (14% no resto do Brasil), aumentando a responsabilidade das mães, às quais, pela organização cultural da família, é entregue o cuidado das crianças.
- Menos de 40% dos partos são precedidos pelo necessário pré-natal; 30% das mulheres ficam grávidas com menos de 20 anos.
- As mulheres amazônidas são mais pobres e mais vulneráveis e são muito pouco benefiadas por políticas públicas de promoção e seguridade social. São escandalosas, por exemplo, as dificuldades que o INSS cria para que a mulher camponesa tenha acesso aos benefícios a que tem direito. Enquanto o homem não tem dificuldade de ser considerado como agricultor, a mulher, pelo INSS, é considerada, até provar o contrário, como sendo “do lar” e não agricultora e, por isso, não faria jus aos direitos de trabalhadora rural.
- Finalmente, a concentração de população quase esclusivamente masculina em atividades como o garimpo ou grandes obras e a ausência do Estado acabam por tornar algumas mulheres da região especialmente vulneráveis à prostituição.

Estes são exemplos que revelam a má qualidade de vida do amazônida abandonado ao seu destino e revelam o descaso com que os serviços sociais são tratados na Amazônia, como, aliás, no resto do Brasil. Não há uma política efetiva que vise a solucionar estes problemas e, assim, garantir uma qualidade se vida aceitável.

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